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quarta-feira, julho 21, 2010

O risco da solidão no ministério.

Os latinos cerca de seus pais, parentes e amigos e por isso temem a solidão. Nossa cultura existe para o grupo coletivo. Nos sentimos emocionalmente exaustos se trabalhamos com gente que não dá importância a amizade.

Gostaria de trazer um caso verídico para exemplificar o pensamento acima.
O exemplo que trago é do pr. Humberto Aragão, pastor na primeira igreja batista do Jardim Morumbi em São José dos Campos, coordenador de área da Organização Missionária (OM)na América Latina, professor no Instituto Bíblico Haggai e é missionário desde 1979.

"Quando me uni a OM na Índia,era jovem, estava cheio de dinamismo e energia para pregar o evangelho; como pessoa estava cheio de oportunidades para crescer sob pressão. Tive a oportunidade de aprender sobre a cultura, a vida social, os costumes, as vestimentas, a arte e a música da Índia. Se tivesse a mente que tenho hoje, teria aproveitado mais meus preciosos momentos na Índia, os quais, quando olho para trás, foram os melhores meses em minha vida de ministério. Durante esse ano chorava a só em meu quarto, sentia saudade dos meus queridos parentes, das brincadeiras dos meus amigos, os lugares que frequentava no meu país. Inicialmente, tudo na Índia era novo e emocionante para mim. Logo a realidade de ficar ali durante quase um ano, me pegou fortemente e os valores que tinha imprimidos na minha alma me bombardearam. A falta de cartas daqueles que me diziam amar. A falta de dinheiro da parte de quem me havia dito: "Vai, que sustentaremos daqui". A falta de sólidas disciplinas que me sustentavam em momentos de angústia. Toda a minha capacitação, todos os seminários formais, não serviam de nada para aliviar minha solidão.
Em meu primeiro ministério como pastor numa igreja pequena tive uma das experiências mais dolorosas da minha vida cristã. Um problema moral que envolvia a pessoas da liderança que eu apreciava muito causou uma grande tensão espiritual. Não pude dormir várias noites, chorando a só com o Senhor. Parecia que havia perdido toda as minhas forças. Todo o meu conhecimento para resolver problemas, o que havia aprendido no seminário, nada disso me ajudava para sair da solidão. Parecia que Deus estava decidido a manter-se em silêncio comigo. Me sentia uma vítima, chamada a sofrer pelo ministério dessa igreja. E, todavia, passo a passo, formei uma equipe. E esta equipe, junto comigo, resolveu a situação sem destruir famílias nem causar divisão na igreja. Os que tinham maturidade e sensibilidade para trabalhar com a gente se reuniam em oração e jejum, pedindo a Deus seu parecer sobre estes problemas. VIVI A BELEZA DO CORPO DE CRISTO EM MOMENTOS DE CRISE".

Que não possamos reclamar, Deus pode nos ensinar em tudo, até na solidão.

João Paulo.

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