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quarta-feira, dezembro 30, 2009

Que igreja é essa? Que gente é essa que ora em cima de propina?

Há alguns dias atrás, correram o mundo as imagens de políticos evangélicos orando pela propina envolvendo membros do partido Democratas do Distrito Federal. Imagens essas que chocam a muitos pela familiaridade da maneira de darem os braços e pelos jargões evangélicos utilizados. A oração termina com um piedoso “em nome de Jesus”.




Muitos estão se perguntando o que isso significa. Que igreja é essa? Que gente é essa que ora em cima de propina? Um deles é filho ou genro, não sei, do apóstolo Doriel, fundador da Casa da Bênção. Pode-se dar uma explicação teológica do problema relacionando-o a Doutrina da Prosperidade.


Eu concordo que a tal doutrina é também outro sinal de um problema mais profundo do nosso cristianismo: o animismo. O evangelho puro, nada tem a ver com o animismo. Mas a prática que nós temos em muitas das igrejas brasileiras é o sincretismo. Eugene Lida, no livro “Costumes e Culturas”, classifica o animismo, entre outras coisas, como tendo a crença em que: 1. Há poderes sobrenaturais; 2. Os poderes sobrenaturais são, pelo menos em parte, controláveis; 3. Não há, necessariamente, uma relação entre a moralidade e a religião. Penso que aquele homem que aparece na cena orando, crê exatamente nessas coisas. Acredita-se que, se você ora, não importa como está a sua vida em relação aos mandamentos morais de Deus, do Deus da Bíblia. Sim, porque para ele, a Bíblia nem é um livro de estudo da glória de Deus, mas de palavras mágicas que são usadas para controlar os poderes sobrenaturais. Para eles, há muitas formas de exercer o poder espiritual. Por exemplo, se você dá o dízimo na igreja, não terá problemas se corromper uma autoridade pública. Isso porque a oração desencadeará o poder necessário e desassociado de qualquer ato moral para que se alcance o resultado esperado. É algo mecânico.


Não dependerá da vontade do ser superior, Deus, porque é simplesmente a manipulação das forças segundo as regras por Ele criadas. Dessa forma, a participação do homem é até mais importante que a dEle. O homem que tiver mais conhecimento dos ritos e disposição para praticá-los será o vencedor.

Quando o apóstolo João combateu, em sua primeira epístola, o gnosticismo, que pode ser considerado uma derivação do animismo, escreveu o seguinte: “Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.” (1Jo 3:21-23) João está ensinando que Deus vai conceder resposta à oração daqueles que vão testemunhar fielmente do seu reino e por meio de quem o seu nome será glorificado. Mas, ao invés disso, o nome de Jesus está sendo blasfemado.

Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.” Romanos 2.24 

Episódios como o desses evangélicos orando por propinas, ou como os bispos da Igreja Renascer que declaram falsamente o valor em dinheiro em seus bolsos ao entrar nos EUA tem gerado muita blasfêmia. Naturalmente essas pessoas deveriam dar um bom exemplo de vida cristã. A maçonaria e o partido Democratas pensam na expulsão do governador Arruda de suas instituições. Será que a igreja evangélica que eles pertencem pensará em algo assim? Em Tito 2:11-14 o apóstolo Paulo lembra aos cristão que eles são salvos para viver de maneira justa, piedosa, e sensata e que Jesus morreu para purificar um povo zeloso de boas obras. Essas palavras são esquecidas pelo cristianismo animista. Elas são substituídas por viver uma vida vitoriosa, protegida e poderosa e que Jesus morreu para elevar um povo ao trono para dominar. Por fim, o animista está muito mais preocupado com a vida aqui nessa terra do que com a vida eterna. Isso o leva a se sentir satisfeito espiritualmente quando ele tem dinheiro e saúde. Daí o envolvimento com a política corrupta responde bem a sua forma de viver. A maior reposta que podemos ter da Palavra de Deus a essa problemática é justamente nos versos 19 e 20 de 1joão 3: “E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas.” A crença animista leva naturalmente à prática legalista. Um dos objetivos dessa prática é simplificar o caminho de se obter o poder espiritual dando à pessoa a falsa sensação de que ela alcançou uma altura satisfatória em sua espiritualidade por meio de obras praticadas por ele. Ele pensa que assim as suas orações serão respondidas. Essa idéia tem mais a ver com o animismo do que com o cristianismo. Aliás, não tem nada a ver com o cristianismo.

O que João está dizendo é que o cristão confia em Deus para o perdão dos seus pecados, que enviou Jesus Cristo para a completa remissão dos mesmos. A fé em Jesus Cristo e em sua obra redentora dá ao cristão a segurança na boa, agradável e perfeita vontade de Deus para ele. Saibamos distinguir que tipo de cristãos estão sendo reproduzidos em nossas igrejas, porque isso influenciará o futuro da igreja e outros escândalos como esse virão por aí.

by Pastor Celso, missionário da Jami no Marrocos.
 Enviado por email pelo Pr. Éder.


Sal.

Um comentário:

Paul Henry disse...

Que DEUS nos ajude.Espero que DEUS Não deixe seu nome ser motivo de piada pro mundo.
Notícias como essas me doem a alma...
MAS... minha alma se alegra por saber que haverá justiça...