A travessia
Posso comer do maná, mas também posso sentir a areia às vezes fria, às vezes quente.
O deserto não é um lugar confortável, o vento é suave mas também é frio e implacável. Sinto seus cuidados, mas não ouço a resposta. Talvez a minha solução não seja a sua, mas não consigo pensar em outro caminho, e ai entendo que a idéia é esperar, é confiar, é o silencio.
O espinho na carne de Paulo, ... eu não sei; mas meu espinho na carne é a carne.
Setenta vezes sete dá quatrocentos e noventa; é pouco para mim.
Quero te sentir, quero cantar, tocar, pregar, ser líder, evangelizar, mas o deserto não me deixa enxergar Canaã; espero que consiga chegar vivo até lá.
Tenho vários planos, vários projetos. Quero mais intimidade, mais profundidade, menos hipocrisia, mais o espinho não me deixa andar muito pelo deserto;
Quem mandou ferir a rocha?
Quero ser menos meu e mais seu, quero confiar mais, entregar mais, ser fiel, ser livre, entregar meus pensamentos, quero seu abraço, sua aprovação, seu sorriso. Quero chegar a Canaã.
Mas obrigado pelo deserto, obrigado por ter me tirado do cativeiro do pecado, obrigado por me resgatar do Egito, pelo menos hoje sei de que lado estou.
Sal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário